sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Introdução a Êxodo

êxodo


Continuando nosso serie de introdução sobre os livros bíblicos, hoje vamos escrever um pouco sobre o livro de Êxodo. Lembrando que nossa finalidade é poder proporcionar através dessas introduções o caminho para que possamos entender melhor o livro em estudo, pois é indispensável para compreensão das Escrituras conhecer o contexto histórico, cultural, social e etc., então, pretendemos através dessas introduções ceder essas informações fundamentais para um entendimento genuíno da Bíblia Sagrada. Êxodo é o nosso objeto de estudo hoje e para facilitar dividirei o post em 3 partes: 1) Prefácio ao Êxodo; 2) A narrativa de Êxodo e; 3) Cronologia do livro de Êxodo. Peguem uma caneta e um papel e vamos lá!!

PREFÁCIO


A palavra Êxodo deriva do grego “saída” ou “partida” e é dado esse nome ao livro a partir da ideia central do livro. Assumindo a autoria mosaica o livro é datado após os acontecimentos do Êxodo (c. 1500 – 1440 a.C.) e  antes da morte de Moisés próximo a 1406 a.C.  De acordo com as estações o nascimento de Moisés teria ocorrido durante o reinado de Tutmés I. Uma  curiosidade desse contexto ainda a titulo de prefacio é que  Hatsepsute, a rainha viúva de Tutmés II, usou títulos masculino e até mesmo barba quando reinou a partir de 1504 – 1483 a.C. Talvez fosse ela então o faraó que já havia falecido quando Moisés retornou de Midiã ao Egito.

A NARRATIVA


Êxodo prossegui com o relato do cumprimento da promessa de Deus a Abraão no sentido de abençoa-lo e fazer dele uma  grande nação (Gn 12.2).
A ascensão de José ao poder vincula-se melhor as condições favoráveis para a família de Jacó, criadas pelo domínio do Egito pelos povos Hicsos, que também eram semitas (c. 1700 – 1550 a.C.). A  referência em Êxodo 1.8 a um novo rei “que não conheceu José” refere-se provavelmente à expulsão dos Hicsos pelo fundador da décima oitava dinastia, Ahmose I (1526 – 1512). O faraó da opressão provavelmente foi Tutmés I (1526 – 1512), enquanto o faraó do Êxodo teria sido Tutmés II.

CRONOLOGIA

A cronologia bíblica data o acontecimento do Êxodo em 480 anos antes do reinado de Salomão (1Rs 6.1). Isto colocaria o evento próximo a 1440 a.C. Esta data é coerente com Jz 11.26, que declara haver decorrido 300 anos desde a entrada de Israel em Canaã. A data próxima a 1440 a.C. é também apoiada Jz 12.40-41, onde a duração da permanência de Israel no Egito é de 430 anos. O faraó do Êxodo seria então Tutmés II ou Amenotepe II.
“Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, de Isaque e o Deus de Jacó. Certamente vos tenho visitado e visto o vos é feito no Egito”. Êx 3.6, 16.
Faz cumprir exatamente as ultimas palavras de José em Gn. 50.24: “Deus certamente vos visitará e vos fará subir desta terra”. O livro de Êxodo acima de tudo nos mostra a fidelidade de Deus para com seu povo e a verdade em suas promessas. Nos mostra a maneira como Deus está no controle de tudo e todas as coisas, sua Soberania sobre tudo que acontece no mundo, nas nações e com seu povo é perceptível na narrativa do Êxodo.

Bem... Por hoje é isso, valeu!!
Baca selengkapnya

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Introdução ao Livro de Daniel

introdução ao livro de Daniel


Iniciaremos uma sessão de Introdução aos livros Bíblicos e começaremos comentando um pouco sobre o livro do Profeta Daniel. Para facilitar a compreensão dos leitores, dividirei esse post em 6 partes: Autoria, Data, Características, Cenário Religioso, Contexto histórico e conteúdo. Sem dúvidas que ao conhecermos cada  detalhes que serão abordados nessa introdução, a leitura do livro de Daniel se tornará mais fácil de ser compreendida. O livro de Daniel também é chamado por alguns de ‘Apocalipse do Antigo Testamento’ por conter informações preciosíssimas e de importância imprescindível a cerca dos últimos dias, das coisas que estão por vim. Entender o livro de Daniel é apenas um dos passos para entender o Apocalipse de João que também abordaremos mais na frente. Desse modo importante aprendermos cada aspecto desse  livro que será tratado nessa breve  introdução. Pegue um papel e uma caneta e vamos começar!

Autoria.
Daniel era membro da família real, nascido em Jerusalém em 623 a.C. (um ano antes de Ezequiel) durante a reforma do Rei Josias, no inicio do ministério de Jeremias (627-582 a.C.). Em 603 a.C., com 20 anos foi declarado governador da província da Babilônia e chefe supremo de todos os sábios (cf. Dn 2.4). Profetizou durante 67 anos (603-536 a.C.), serviu a 5 reis babilônicos e 2 medo-persas.

Data.
Escrito cerca de 535 a.C., provavelmente trazido pra Jerusalém por um dos 3 grupos que retornaram, liderados por Zorobabel, Esdras e Neemias.

Características.
O livro de Daniel enfatiza o controle divino sobre as potencias mundiais e destina-se a animar os judeus na fé e esperança em Deus diante das perseguições de Antíoco Epifânio (Dn 8.23-25)
.
Cenário Religioso.
O cenário religioso em que Daniel e todo povo que foi levado para Babilônia se encontra é de idolatria espantosa. Existiam centenas de deuses babilônicos e em alguns momentos eles foram tentados a adorar falsos deuses e postos a prova. A religião babilônica centralizava-se em  Bel - raiz de Baal- Merodaque (cf. Jr 50.2). Merodoque era o deus supremo. Existia outros deuses regionais como: Enlil (deusa da tempestade), Shamash (deus do sol) e diversos outros.

Contexto histórico.
Os acontecimentos do livro de Daniel situa-se  no contexto do sec. VI a.C. Em 626 a.C. A Babilônia declara independência do Império Assírio, sob o reinado de Nabopolassar. Com a morte de Nabopolassar, o trono ocupado por Nabucodonosor em 605. Nabucodonosor assume o controle dos territórios perdidos pela Assíria, incluindo Judá. Os filhos de Josias que ocupavam o trono de Judá se envolveram em conspirações contra a Babilônia pois se encontrava no primeiro grupo de deportados em 605 a.C. e servia na corte.

Conteúdo.
O propósito é mostrar que Deus mantém sob seu controle o destino de todas as nações. O livro de Daniel se compõe de basicamente 3 partes: 1) Introdução a Daniel; 2) Os testes decisivos do caráter de Daniel; 3) A serie de visões de Daniel que se apresenta como livro profético básico para a compreensão de assuntos relacionados a bíblia.
O povo acreditava que o Reino de Deus seria estabelecido com o retorno a Jerusalém depois de 70 anos de exílio. Daniel mostra em suas visões diziam que ainda haveria 4 reinos antes da chegada do Reino de Deus. Enquanto isso, os Israelitas deviam se mostrar fieis no mundo dos gentis sob circunstâncias cada vez mais difíceis de suportar.
Enfim, Daniel tem as chaves que ajudam a desvendar os mistérios de temas como: O AntiCristo, a grande tribulação, a segunda vinda de Cristo e outros assuntos apocalíticos. Os escritos de Daniel cobrem 2 reinos, Babilônia e Persa e 4 reis, Nabucodonosor, Belsasar, Dario, e Ciro.

Espero poder ter ajudado vocês a entenderem melhor o livro de Daniel e até a próxima postagem!

“Conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor”. Oséias 6.3
Baca selengkapnya

O SIGNIFICA TER A MENTE DE CRISTO?

a mente de cristo



1 Coríntios 2.16 “Por que quem conheceu a mente do Senhor para que possa instrui-lo? Mas nós temos a mente de Cristo”.
Quem nunca parou pra se perguntar o que significa ter a mente de Cristo ao se deparar com esse texto? Afinal, como poderia meros pecadores possuir a mente Cristo?  Qual o verdadeiro sentido desta afirmação feita pelo apostolo Paulo? Temos nós a mente de Cristo mesmo em nossa condição frágil e corruptível? Ou Paulo está usando uma linguagem não-literal para nos ensinar alguma coisa a respeito da graça, poder e sabedoria do nosso Senhor?
No contexto do versículo em pauta, Paulo inicia falando de que maneira o Senhor se revelou a nós, a forma como Deus se manifestou ao homem, pois é impossível que o homem venha conhecer a Deus por meio de sua própria Sabedoria (1Co 2.8). Portanto, Deus Ele se revelou ao homem através do seu Espírito Santo o qual nos ensina sobre Deus (Jo 14.26). Então, nós passamos a conhecer a Deus quando recebemos dEle o Espírito Santo (1Co 2.12). Ora, a percepção dos planos e mistérios de Deus não podem ser compreendidos pelo conhecimento e sabedoria humana, eis as varias tentativas fracassadas das diversas ciências que buscam entender Deus. Mas, aquelas o qual Deus deu o seu Espírito, esses compreendem tantos os mistérios de Deus como as coisas do mundo (1Co 2.9,14).
Finalmente no versículo 16 do 2 capítulo diz: “Quem conheceu a mente do Senhor pra possa instrui-lo? Mas nós temos a mente de Cristo”. Até aqui acredito ter sido uma breve introdução pra contextualizar e entendermos melhor o versículo 16, especificamente a última parte que é o objeto do nosso estudo. Comecemos então por partes. Vamos compreender um pouco mais passo a passo o que significa sabedoria, mente e conhecimento para entendermos enfim o que significa ter a mente de Cristo.
Mente. No grego ‘nous, dianoia’, mente denota a faculdade da percepção intelectual, bem a capacidade de fazer julgamentos morais. Em certas ocorrências parece formar um paralelo com o termo ‘ coração’ (lev) do A.T. – Antigo Testamento. Em hebraico, a palavra ‘coração’ (lev, levav) era usado no tocante ao o órgão físico, porém frequentemente no sentido abstrato para descrever a natureza interior, a mente ou pensamentos íntimos, sentimentos ou emoções, os impulsos profundos e até mesmo a vontade.
Sabedoria. No mundo antigo, o conceito de sabedoria estava quase sempre relacionado ao campo da teoria e do debate. A bíblia, porém, coloca a sabedoria no âmbito da prática. A sabedoria, no hebraico ‘hochmah’,  reúne o conhecimento da verdade com a experiência do cotidiano. A sabedoria nos capacita a aplicar o conhecimento. Ela nos orienta.
Deus é o principal modelo desse tipo de sabedoria. O conhecimento que Deus possui dá-lhe o discernimento de tudo quanto existe e que possa vir a existir. Tendo em vista o fato de que Deus existe por si mesmo, seus conhecimentos são ilimitados (Sl 147.5). Portanto, Deus aplica com sabedoria o seu conhecimento. Deus deseja que participemos de sua sabedoria e de seu conhecimento a fim de podermos conhecer os seus planos a nosso respeito para podermos viver no centro de sua vontade (Cl 2.2-3).
O conhecimento dos cristãos a respeito das coisas divinas é mais do que um conhecimento das palavras e das ideias teológicas da Bíblia. É uma compreensão da realidade e da relevância das obras de Deus, testemunhadas pelas Escrituras. Ter a mente de Cristo,  portanto, é a capacidade que o Espírito Santo nos dar para compreender tanto as coisas de Deus, isto é, espirituais e a realidade como um todo.

Baca selengkapnya

terça-feira, 27 de setembro de 2016

TEOLOGIA NA ERA CRISTÃ












Nessa segunda parte do post "Origem da Teologia", veremos como o termo teologia se incorporou no cristianismo, suas divisões e alguns dos principais teólogos da Igreja Primitiva.
A palavra "teologia" se incorporou no cristianismo pelos séculos IV e V. Já com um novo sentindo, não referindo-se a narrativa dos deuses Gregos mas indicando a autentica compreensão das Sagradas Escrituras. Até então o termo estava limitado ao conhecimento a respeito de Deus. Foi a partir da obra theologia Christiana de Abelardo (1079-1142) filosofo e teólogo Francês , que o emprego da palavra teologia ganhou nova forma no cristianismo, passando a designar um corpo de doutrinas reveladas na Sagrada Escritura.
A teologia sem duvida nenhuma teve um papel fundamental para o cristianismo se manter firme e genuíno. Quando estudamos a Historia do Cristianismo percebemos que muitos homens de Deus fizeram uso da teologia para defender a fé e sã doutrina da Igreja. Listarei alguns dos principais teólogos do inicio do Cristianismo até a Idade Media:
⦁ Apostolo Paulo.
Claro que Paulo não poderia deixar de está entre os principais e maiores pensadores da Igreja. Apostolo do primeiro século da era cristã, escritor de 13 epistolas tornando-se  juntamente com o Dr. Lucas os dois maiores escritores de todo Novo Testamento.
⦁ Policarpo de Esmirna
Pensador do segundo século, Policarpo (c. 70- c.160) foi discípulo do Apostolo João, consagrado Bispo de Esmirna (atual Turquia) pelo próprio João e um dos mártires mais conhecidos da Igreja. Sofreu perseguição do Império Romano e morreu queimado na fogueira aos 87 anos proferindo as seguintes palavras: "Há oitenta e seis anos sirvo a Cristo e nenhum mal tenho recebido Dele. Como poderei rejeitar Aquele a quem prestei culto e reconheço o meu Salvador". Sem duvida um dos relatos mais chocantes e emocionantes de testemunho e amor a Deus.
⦁ Tertuliano
Tertuliano de Cartago (c. 160 - c. 220 d.C), formado em Direito, com grande conhecimento em filosofia e historia Tertuliano foi o primeiro pensador cristão a produzir uma obra literária em Latim. Dedicou-se a explicar o cristianismo e a defender a fé. É dele também a celebre frase: "O sangue dos mártires é a semente da igreja".
⦁  Agostinho de Pipona
Conhecido pela igreja católica por Santo Agostinho. Foi um filosofo e teólogo nascido em 13 de novembro de 354, teve um papel importante combatendo o Maniqueísmo, tornou um grande pregador com mais de 300 sermões preservados. morreu em 28 de agosto de 430.
Está listado acima um pequeno numero de alguns pensadores que cristão que tiveram papel importante para o crescimento e preservação da Igreja. Muitos outros homens tiveram igual importância, podemos citar aqui Tomás de Aquino, Thomás Kempis, Calvino, Lutero, Jhon Scot, C.S Lewis e tantos outros. A teologia foi usada por todos eles a favor do Reino dos céus, muitos foram mortos por defenderem fé e não negarem a Cristo.  A teologia ainda hoje continua tendo grande importância e assumindo um papel fundamental na igreja, pois nos ajuda a compreender as Escrituras e a conhecer o Deus Criador do céus e da terra.
"Então conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor[...]. O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento..." Oseias 6.3a; 4.6a.





Baca selengkapnya

ORIGEM DA TEOLOGIA




Se trataremos de teologia, nada mais conveniente do que começar comentando sobre sua origem, etimologia e definição. Dividirei esse post em duas partes: 1) Origem e definição; 2) teologia na era cristã. Na primeira parte conheceremos a origem da teologia, quais foram os primeiros teólogos, qual o significado etimológico da palavra e ainda suas definições. Na segunda parte veremos um pouco sobre a teologia dentro do cristianismo e alguns dos principais teólogos da Igreja Primitiva.
A palavra teologia vem do grego theos (Deus, divindade) e logia (verbo, discurso, palavra), portanto, etimologicamente significa Discurso sobre Deus, estudo sobre a divindade (sua essência, existência e atributos). A origem do termo remete a Hélade - Grécia Antiga.  Embora o termo apareça em Platão, o conceito já era conhecido pelos pré-socráticos. Aristóteles chama os poetas Hesíodo, Homero (os “cara” criativos que inventaram os mitos) de teólogos, pois discursavam sobre os deuses (suas origens, sua virtudes, seus vícios, etc).  O apostolo Paulo faz referencia a uns textos dos poetas gregos em Atos 17.28. Com. Platão foi o primeiro a usar o termo ‘teologia’ para se referir ao discurso racional sobre os deuses. Como podemos perceber a teologia não surge no pensamento cristão e não aparece na bíblia.
Apenas na idade média entre os séculos IV e V a teologia perderá seu sentido poético e ganhara nova forma e definição. A teologia não é mais entendida como um estudo sobre os deuses mitológicos mas como uma investigação, um estudo sobre o Deus cristão. Portanto, teologia é o estudo de Deus - sua existência, seus atributos, seu caráter, seus propósitos e relacionamento com o homem - através das Sagradas Escrituras. Estudar teologia é buscar um conhecimento profundo e genuíno das Escrituras Sagradas para se conhecer o Deus transcendente e Soberano, Criador dos céus e da terra.

Baca selengkapnya